LÁ EM CIMA DAQUELE MORRO TEM UM PÉ DE MANACÁ

segunda-feira, 21 de março de 2011

Oficina de Leitura - Teoria & Prática Livro: Oficina de Leitura – teoria & prática Autora: Ângela Kleiman Editora: Pontes – Editora da Unicamp

A CONCEPÇÃO ESCOLAR DA LEITURA

POR QUE MEU ALUNO NÃO LÊ?

- Dúvida e queixa da maioria dos professores. Quase todos reclamam que seus alunos não gostam de ler.

- A autora, neste livro, demonstra como a literatura é utilizada nas escolas e como essa maneira afasta, cada vez mais, as crianças do gosto pela leitura.

- A leitura é baseada no desejo. Para formar leitores é necessário paixão pela leitura.

- A leitura tem um lugar cada vez menor no cotidiano do brasileiro.

- “A atividade árida e tortuosa de decifração de palavras que é chamada de leitura em sala de aula, não tem nada a ver com a atividade prazerosa” de ler.

- “Ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não consegue extrair sentido. Essa é uma boa caracterização da tarefa de ler em sala de aula: para uma grande maioria dos alunos ela é difícil demais, justamente porque ela não faz sentido”. Devemos dar sentido á leitura, mostrar onde essa leitura pode ser importante na vida do educando, o que esse saber ou essa “diversão” pode ser aproveitado.

- Kleiman faz duras críticas ao uso da literatura na escola e como o ato de ler é utilizado.

- a atividade árida e tortuosa da decifração de palavras: essa leitura realizada em sala de aula, de letra por letra, decifrando a palavra, não é prazerosa. Não é leitura. Não faz sentido para o educando, não desperta vontade de ler no aluno.

- a leitura é usada para se ensinar português, não para despertar o prazer em ler: isso causa desmotivação no aluno, pois o texto passa a ser objeto de estudo e não de descoberta, imaginação e prazer.


1) O texto como conjunto de elementos gramaticais
“(..) o texto é apenas pretexto para o ensino de regras sintáticas, isto é, para procurar adjetivos, sujeitos ou frases exclamativas”.
Os textos não são compreendidos como falas, opiniões, descrições etc., passam a ser estruturas gramaticais.
Não há o conhecimento do texto como um todo, despertando várias dúvidas nos alunos que não são respondidas pelo texto fragmentado.


2) O texto como repositório de mensagens e informações
“(...) a crença de que o texto é apenas um conjunto de palavras cujos significados devem ser extraídos um por um, para assim, cumulativamente, chegar à mensagem do texto”.
Acredita-se que o leitor deve apenas extrair as informações do texto, que é entendido como um “depósito de informações”.
Esta prática tende a fazer com que a pessoa se torne um leitor passivo, que quando se depara com um trecho que não compreende, não se esforça para tal. Apenas o ignora ou fica numa interpretação inconsistente, colocando a “culpa” na “forma mal escrita”.
Existe a interpretação da palavra, esquecendo-se da interpretação do texto como um todo.


3) A leitura como decodificação
“A atividade compõe-se de uma série de automatismos de identificação e pareamento das palavras do texto com as palavras idênticas numa pergunta ou comentário”.
Essa prática não modifica a visão de mundo do aluno.
Decodifica-se o texto, dividindo-o em palavras ou pequenos trechos, frases, expressões...
Há um descaso com as palavras do autor, com o que o texto queira passar. É feita uma “interpretação decodificada” e a leitura do texto é esquecida.
O texto fica sem sentido de leitura para o educando.


4) A leitura como avaliação

“A prática é justificada porque permitiria ao professor ‘perceber se o aluno está entendendo ou não’”.
Neste tipo de prática, é freqüente que se peça ao aluno para fazer uma leitura em voz alta, fazendo uma cobrança excessiva na entonação das palavras e pontuações.
O aluno tira seu foco no texto e passa a dar importância somente às palavras, separadamente.
A compreensão é prejudicada e a cobrança acaba afetando a autoconfiança dos alunos e outros aspectos afetivos.


5) A integração numa concepção autoritária de leitura
“A união de todos os aspectos que fazem da atividade escolar uma paródia da leitura encontra-se numa concepção de que há apenas uma maneira de abordar o texto, e uma interpretação a ser alcançada”.
A análise dos elementos é o caminho para chegar cada vez mais perto da “interpretação autorizada”. Essa prática reforça a idéia de leitura fragmentada.
A experiência do leitor e o sentido construído por ele não são considerados. É avaliada a proximidade da interpretação feita com a “correta”.
Isso desestimula a leitura, tira o prazer do “desvendar” e descobrir o texto.


CONCEPÇÃO SOBRE OS MÉTODOS

- Os métodos da leitura utilizada na sala de aula, não propicia interação entre alunos e professores. Não se leva em conta se o aluno compreendeu o texto.

- “Sabe-se, pelas pesquisas recentes, que é durante a interação que o leitor mais inexperiente compreende o texto: não é durante a leitura silenciosa, nem durante a leitura em voz alta, mas durante a conversa sobre aspectos relevantes do texto. Muitos aspectos que o aluno sequer percebeu ficam salientes nessa conversa, muitos pontos que ficaram obscuros são iluminados na construção conjunta da compreensão. Não é, contudo, qualquer conversa que serve de suporte temporário para compreender o texto”.

IMPORTANTE OBSERVARMOS QUE MUITAS VEZES ESTAMOS ANDANDO NO CAMINHO CONTRÁRIO AQUELE EM QUE TERÍAMOS QUE IR.NAS PESQUISAS QUE FIZ COM CRIANÇAS DE IDADES VARIADAS,NAS OFICINAS DE LEITURA,NOTEI QUE A ESCOLA SE TORNOU A VILÃ NA HISTÓRIA DA CONQUISTA DE LEITORES,QUANDO NA VERDADE DEVERIA SER A HEROÍNA. ESTE PEQUENO TEXTO NOS MOSTRA ALGUNS PONTOS IMPORTANTES PARA REFLETIRMOS SOBRE A NOSSA PRÁTICA COMO PROFESSORES.
(pesquisa retirada do blog literaturanaescola.blospot.com

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